AS RAZÕES DO MEU ATEÍSMO.
Apesar de ser um tema esgotado, resolvi
enumerar e descrever as razões pelas quais não creio em deuses, e registrar
essas aqui, no Blog. Aí vão elas (algumas/principais):
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRENÇA EM DEUSES.
1- A existência do conflito entre antropocentrismo (criação que visa o homem) e tamanho e números
do Universo. Participações especiais do Hubble Ultra Deep
Field, Pale
Blue Dot e recente insight da realidade e nossa participação nesta.
2-
Todo mito de criação é inconsistente com o que descobrimos, utilizando o método
científico para explorar o mundo natural. As datas e acontecimentos são bem
díspares, e se o mito provavelmente é inexistente, o mesmo poderia ser aplicado
a Deus.
3-
Estruturas da natureza e da vida são inconsistentes com supostas
características divinas (Bondade e perfeição infinitas, p.ex.). A evolução
praticamente baseia-se no erro de cópia, na mutação, e por tal “erros” milhões
nascem com “defeitos” que vão aumentar grandemente seu sofrimento. Isso não
parece perfeito, nem bom. Outra característica da natureza que parece
inconsistente com as divinas é a competição. A competição e consequentes, morte
e sofrimento, fazem parte da estrutura natural supostamente criada por um ser
perfeito e bondoso. Não tem lógica, não seguem.
4-
Bíblia. Problemas com ela: contradições, foco em um grupo específico humano (Os
judeus, o povo de Deus), privilegiado ante os demais (que são filhos de Tal,
também). Sem contar proibições e rituais absurdos e inúteis condizentes com uma
tribo da idade do bronze e não com a palavra inspirada do criador do Universo,
onipotente, onisciente e onipresente.
5-
Milagres (violações das leis naturais) muito provavelmente não ocorrem. A
maioria dos tais, atuais, são fenômenos ainda não explicados pela ciência e
possíveis – cura de doenças, fraude, p.ex.-, mas alguns naturalmente
impossíveis, como regeneração de membros, nunca ocorreram, nem ocorrem. Onde
está o Deus do impossível - que cura todos os males – para os que perderam
membros? Será que estes são menos merecedores de milagres. Outro ponto
interessante de se levantar
é o uso de hospitais (os melhores, lembremos) pelos líderes de igrejas
evangélicas (Waldomiro Santiago, p.ex.) que curam todos os tipos de males. Ora...
se estes oferecem curas de todos os males através da fé, para os fiéis, por que
não utilizam dessa para sua própria cura?
6- O Problema da causa primária é
verdadeiro (tem sentido). DEVE existir algo que não foi causado, é
pré-existente, para não cairmos no regresso infinito de causa. Mas essa causa
pode ser o próprio Universo ou Multiverso, não há evidências que a causa
necessita ser atemporal, imaterial e pessoal, como defende William Craig e o
Argumento Cosmológico Kalam. Muito menos que esta, se fosse consistente, seria
o Deus Cristão e não qualquer outro.
7- Existência de mais de 5.000 deuses
pelo globo, variando regionalmente. Parece ser da natureza humana ver a
estrutura natural como funcional (tal coisa serve pra tal), até mesmo pode ser
resultado da evolução, e isso explica a existência das realidades construídas
subjetivas e divindades. (Deus um delírio, Dawkins)
8- O instinto da crença, presente
majoritariamente nas crianças, e provável resultado da seleção natural,
persiste nos adultos. (Deus um delírio, Dawkins).
CONSIDERAÇÕES
SOBRE RELIGIÕES
1- Individualmente e coletivamente,
religiões são saudáveis por reforças laços sociais, consolo para ocorrências
naturais incontroláveis, incentivo ao indivíduo, olhar de mãe e aceitação
perante o mundo (O olhar das santas, p.ex. Ótima explicação presente em “Religião
para ateus”, de Alain de Botton.). Provavelmente a religião é parte importante
da revolução cognitiva de 70.000 a.C., passo que possibilitou aos Homo Sapiens sobressaírem-se antes às
demais espécies de hominídeos que não contavam com a mesma característica
(Construção de realidades subjetivas), como Neandertais
e Ergastos. Pode-se falar que
atualmente da não necessidade religiosa nas comunidades humanas, coisa que é
bastante discutível.
2- Não existe certeza e possibilidade
de prova (provavelmente) sobre Deus, considerando algumas características como
imaterialidade. Assim, não há como a ciência investigar, considerando que este
método é estritamente MATERIAL E NATURAL. Resta o agnosticismo como única
posição filosófica lógica. O ateísmo gnóstico é crença idêntica ao teísmo gnóstico.
LIBERDADE
DE CRENÇA
1- Liberdade de crença é mais bem
respeitada isolando os elementos religiosos dos institutos estatais. Exemplo
prático são as cruzes em tribunais, que apesar de representar a MAIORIA da
crença da população, não representam TODAS. Ninguém desta maioria gostaria de
ver um pentagrama (Wicca, Satânico) no lugar da cruz, o que faz desta
comparação um exemplo perfeito do porquê não inserir símbolos religiosos em repartições
públicas.
2- Liberdade de crença não deve
confundir-se com liberdade de pregar intolerância, preconceito, discurso de
ódio, nem estas devem ser toleradas pelo Estado, sob risco de rompimento do
tecido social.
outras
- Confundem-se muito as teorias
diversas, como T.S. Evolução, a Biopoese (Origem da vida) e Big Bang
(desenvolvimento do universo, só, não o surgimento) e qualquer dúvida do
interlocutor quanto a estas reflete no total descrédito de TODAS,
desconsiderando ampla carga de evidências já coletadas. Sem contar a falha de
achar que existe erro na teoria, e em vez de descartar só aquela teoria ou
admitir que esta precisa ser modificada, aceitar o criacionismo como resposta
imediata satisfatória. A velha Falácia do Deus das lacunas.
E é isso. Considerações, refutações e
questionamentos são bem-vindos para enriquecer os pontos. Abraço!
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