Blog de conteúdo diverso. Divulgação científica, niilismo, ceticismo, misantropia, nerdices, games, poesias, filosofia, astronomia, astrofotografias, entre outras, mas nada de "importante".
Não podemos negar que muitas coisas estranhas estão acontecendo ao redor do Mundo, uma delas é a aparição de mais um astro muito luminoso visto no céu pela parte do dia como se fosse um segundo Sol. Menor e discreto ele é visto com mais facilidade por lentes (câmeras fotográficas e filmadoras) já que elas corrigem melhor a densidade de claridade etc.
Meus amigos leitores, sou fotógrafo e sei quando existe efeito na lente, na própria definição de imagem, e no caso do vídeo abaixo estamos vendo algo acontecendo realmente no céu. Claro que logo aparecerão “especialistas” achando alguma explicação, mas estamos em um ponto que poucos aceitam explicações. A melhor das conclusões está acontecendo e você mesmo pode conferir:
O satélite solar SOHO é um dos mais importantes telescópios espaciais e o principal responsável pelos estudos mais modernos do Sol. No entanto, é também o que de longe provoca mais a imaginação do público leigo, que vê em suas imagens desde cometas inexistentes até naves espaciais secretas.
É praticamente impossível passar um único dia sem recebermos algum email questionando sobre os "estranhos" pontos e traços que aparecem nas imagens do telescópio solar SOHO. Daria até pra escrever um livro sobre o assunto, quem sabe até uma tese de doutorado tentando explicar o fascínio que essas imagens provocam na imaginação popular. Não sabemos ao certo como funciona o mecanismo que leva os observadores a acreditar que as partículas cósmicas ou os micro meteoroides que cruzam ou se chocam contra o telescópio são na verdade naves espaciais ou seres extraterrestres. E não adianta responder aos emails explicando sobre a natureza desses objetos. O interessado não acredita. Nunca. Acreditamos que o maior problema para a compreensão das imagens seja a de o observador não entender que o telescópio SOHO não registra cenas no comprimento de onda visível, mas em seguimentos muito mais energéticos, principalmente o ultravioleta e raios-x e que o Universo está repleto de partículas carregadas com alto nível de energia.
Origem Essas partículas - os prótons e elétrons - têm sua origem em explosões estelares muito intensas chamadas supernovas, que arremessam as partículas em todas as direções do Universo em velocidades próximas à da luz. Quando essas partículas se chocam contra o elemento sensível do telescópio - o CCD - perdem sua energia, que se espalha em diversos comprimentos de onda entre eles o ultravioleta. O resultado são os pontinhos luminosos que aparecem nas imagens do telescópio.
Por uma dessas coincidências da natureza, eventualmente o telescópio recebe um verdadeiro bombardeio cósmico e diversas partículas atingem áreas adjacentes do sensor ao mesmo tempo. Isso cria uma espécie de borrão formado pelos inúmeros pontos, mas que na visão dos observadores leigos se transforma em naves espaciais ou no hipotético planeta Nibiru.
Micro meteoroides Outro elemento que causa muita confusão entre o público leigo são os traços que surgem em um único fotograma produzido pelo telescópio. Neste caso, a imaginação fértil faz o leigo acreditar que se trata de cometas ou então de uma nave espacial gigante ou de seu rastro, que está trazendo mais "Anunakis" para o mundo subterrâneo. Ou coisa parecida. Tentar explicar que esses traços são provavelmente causados por micro meteoroides é pura perda de tempo, mas vamos tentar. O espaço é um lugar muito perigoso e centenas de micro pedrinhas (os micro meteoroides) cruzam aleatoriamente todos os lugares a todo o momento. Estima-se que a Estação Espacial Internacional, a ISS, recebe o impacto diário de cerca de 200 micro meteoroides por dia, a maior parte deles com cerca de 1 centésimo do tamanho de um grão de areia. Se a ISS tivesse uma câmera fixa similar a do SOHO apontada para o espaço, produziria traços muito semelhantes. No caso do SOHO, os micro meteoroides vistos cruzando a imagem não estão a milhares de km de distância do CCD. Quando passam bem perto, o suficiente para refletirem a luz do Sol, são interpretados pelo CCD como um traço brilhante e fino, que pode vir de qualquer direção do espaço. Diferente das partículas carregadas, que com raríssimas exceções nunca aparecem em dois fotogramas sucessivos, os micro meteoroides podem aparecem em dois frames com intervalos máximos de 10 minutos, dependendo da distância ao telescópio e do ângulo da luz incidente. Mesmo assim, também são casos raros.
Nota Importante Entendemos que muitas pessoas têm suas crenças e convicções e temos profundo respeito por isso. Também sabemos que não será um artigo como esse que fará essas pessoas mudarem seus pontos de vista sobre este assunto. No entanto, cabe a nós, por sermos um portal científico, explicar esse e outros fenômenos da forma como eles realmente são e não da forma como gostaríamos que fossem, apesar de muitas vezes serem até mais interessantes. Leia também: Artefatos: Os pontos misteriosos nas imagens do telescópio Soho
Artes: No topo, uma série de artefatos artificiais e naturais pode ser vistos em imagem do telescópio solar SOHO. Acima, comutação entre duas imagens consecutivas com 12 minutos de intervalo entre cada uma, registrada no dia 5 de setembro de 2012. Repare a enorme quantidade de partículas carregadas que cruzam o CCD e a presença de diversos micro meteoroides cruzando o campo de visão do coronógrafo. Crédito: NASA, ESA, Apolo11.com.
STELA GUEDES CAPUTO Recentemente, um jornal carioca destacou o caso da professora proibida de usar o livro "Lendas de Exu" em uma escola municipal. A professora é umbandista e a diretora da escola é evangélica. É cada vez mais comum que professores e alunos de candomblé ou umbanda sejam discriminados nas escolas. A pergunta é: por que Jesus pode estar em um livro para o ensino religioso católico, destinado à rede pública, e Exu não pode? Exu não entra na escola porque este país é racista, e o racismo está presente na escola. Acredito também que atravessamos uma fase de avanço conservador na educação pública. A manutenção da oferta do ensino religioso na Constituição de 88, a aprovação deste como confessional no Rio, os livros didáticos católicos, a Concordata Brasil-Vaticano, são vitórias silenciosas que ampliam e legitimam as circunstâncias necessárias para discriminações como essa. A mãe-de-santo Beata de Yemanjá diz: "Pensam que o Brasil é uma coisa só e nos discriminam. Isso é racismo." Para o pesquisador Antônio Sérgio Guimarães, o racismo brasileiro é heterofóbico, a negação absoluta das diferenças implicando um ideal, explícito ou não, de homogeneidade (ou uma coisa só, como diz Beata). Quando uma escola proíbe um livro de lendas africanas ela discrimina culturas afrodescendentes. Exu é negro. Um poderoso e imenso orixá negro. É o orixá mais próximo dos seres humanos porque representa a vontade, o desejo, a sexualidade, a dúvida. Por que esses sentimentos não são bem-vindos na escola? Porque a Igreja católica tratou de associá-lo ao seu diabo e muitas escolas incorporam essa lógica conservadora, moralista e racista. O Exu proibido afirma que este país tem negros com diferentes culturas que, se entendidas como modos de vida, podem incluir diferentes modos de ver, crer, não crer, sentir, entender e explicar a vida. Positivo foi que muitos professores e professoras criticaram o ocorrido, o que mostra que também a escola não é "uma coisa só". É nas suas tensões cotidianas que devemos lutar contra o racismo. As culturas com suas religiões fazem parte do ensino de História da África. Como é que vai ser? Pais e professores arrancarão as páginas desses livros? Ou eles já serão confeccionados mutilados pelo racismo? Respondo com a saudação ao orixá excluído da escola: Laro oyê Exu! Para que ele traga mais confusão e com ela, o movimento, a comunicação, a transformação onde reina. Stela Guedes Caputo é professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Não, não estou praticando proselitismo de um ou outro credo religioso. Apenas apontando um problema que tem aparecido com frequência no cenário nacional. A imposição da fé, que geralmente parte dos grupos evangélicos, e em alguns casos, utilizando de violência física. Até quando a religião vai ser motivo de discórdia entres as pessoas?
"Imagine there's no countries It isn't hard to do Nothing to kill or die for And no religion too Imagine all the people Living life in peace" John Lennon
O Sistema Solar foi formado por
uma nuvem de gases há 4,568 bilhões de anos. Esta nuvem inicial tinha
provavelmente vários anos-luz de diâmetro e deu origem a várias estrelas.
A nuvem teve sua origem provável
em uma explosão de supernova, o que explica a existência dos vários elementos
químicos diferentes encontrados pelo Sistema Solar, e principalmente na Terra.
A região que se tornaria o
Sistema Solar, conhecida como a névoa pré-solar, colapsou. O centro,
onde a maioria da massa se agrupou, tornou-se progressivamente mais quente que
o disco a volta com uma quente e densa protoestrela ao centro.
Com o tempo, a pressão e a densidade
do hidrogênio no centro da protoestrela tornaram-se grandes
o suficiente para começar a fusão termonuclear. A temperatura,
velocidade de reação, pressão, e densidade aumentaram até que o equilíbrio
foi alcançado, com a energia contendo a força da contração gravitacional.
Neste ponto o sol se tornou uma estrela completa da sequência principal.
Nuvens de gases:
Explosão de Supernova:
Estrutura:
Entre os muitos corpos que
orbitam ao redor do Sol, a maior parte da massa está contida dentro de
oito planetas relativamente solitários, cujas órbitas são quase
circulares.
Os quatro menores planetas
(Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) são conhecidos
como planetas telúricos ou sólidos, encontram-se mais próximos do Sol
e são compostos principalmente de metais e rochas.
Os quatro maiores planetas
(Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) encontram-se mais
distantes do Sol e concentram mais massa do que os planetas telúricos, sendo
também chamados de planetas gasosos. Os dois maiores, Júpiter e Saturno,
são compostos em sua maior parte de hidrogênio e hélio. Urano e
Netuno, conhecidos também como "planetas ultraperiféricos", são
cobertos de gelo, sendo às vezes referidos como "gigantes de
gelo", apresentando também em sua
composição água, amônia e metano.
Dimensões:
Para uma noção da dimensão
astronômica das distâncias no espaço deve-se fazer cálculos e usar um
modelo que permita uma percepção mais clara do que está em jogo. Por exemplo,
um modelo reduzido em que o Sol estaria representado por uma bola de
futebol (de 22 cm de diâmetro). A essa escala, a Terra ficaria a 23,6
metros de distância e seria uma esfera com apenas 2 mm de
diâmetro (a Lua ficaria a uns 5 cm da Terra, e teria um diâmetro
de uns 0,5 mm). Júpiter e Saturno seriam berlindes com cerca de 2 cm
de diâmetro, respectivamente a 123 e a 226 metros do Sol. Plutão ficaria a 931
metros do Sol, com cerca de 0,36 mm de diâmetro. Quanto à estrela mais
próxima, a Proxima Centauri, essa estaria a 6332 km do Sol, enquanto
a estrela Sírio a 13 150 km.
O Sistema Solar faz parte da Via
Láctea (do Latim: Via de leite), nossa galáxia. Galáxia é um aglomerado de
estrelas, que orbitam em torno de um centro comum. A Via Láctea tem
aproximadamente 400 bilhões de estrelas.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar.
Wolf 359 é uma estrela anã vermelha.
O Sol é a estrela central do Sistema Solar.
Sirius é uma estrela parecida com o Sol, e relativamente próxima.
Galáxia vista de fora:
A nossa Galáxia, a Via
Láctea, vista da Terra:
O Sol:
O Sol é
a estrela central do Sistema Solar.
Todos os outros corpos do Sistema
Solar, como planetas, planetas anões, asteróides, cometas e poeira,
bem como todos os satélites associados a estes corpos, giram ao seu
redor. Responsável por 99,86% da massa do Sistema Solar, o Sol possui
uma massa 332.900 vezes maior que a da Terra, e um volume 1.300.000 vezes
maior que o do nosso planeta.
A distância da Terra ao Sol é de
cerca de 150 milhões de quilômetros, ou 1 unidade
astronômica (UA).
É composto primariamente
de hidrogênio e hélio, com traços de outros elementos,
incluindo ferro, níquel, oxigênio, silício, enxofre, magnésio, néon, cálcio e cromo.
Mercúrio:
Mercúrio é o menor e
mais interno planeta do Sistema Solar, e seu ano (1 volta
em torno do Sol) dura 88 dias, aproximadamente.
Comparado a outros planetas,
pouco se sabe a respeito de Mercúrio, pois telescópios em solo terrestre
revelam apenas um crescente iluminado com detalhes limitados. As duas
primeiras espaçonaves a explorar o planeta foram
a Mariner 10, que mapeou aproximadamente 45% da superfície do planeta
entre 1974 e 1975, e a MESSENGER, que mapeou outros 30% da superfície
durante um sobrevoo em 14 de janeiro de 2008. O último sobrevoo ocorreu em
setembro de 2009 e a nave entrou em órbita do planeta em 18 de março de 2011,
quando começou a mapear o restante do planeta, numa missão com duração nominal
de um ano terrestre.
Vênus:
Vênus é o
segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a
partir do Sol, seu ano dura aproximadamente 224,7 dias. Recebeu seu nome
em homenagem à deusa romana do amor e da beleza Vênus,
equivalente a Afrodite. Depois da Lua, é o objeto mais brilhante do
céu noturno.
Vênus é considerado um planeta
do tipo terrestre ou telúrico, chamado com frequência de planeta
irmão da Terra, já que ambos são similares quanto ao tamanho, massa e
composição. Vênus é coberto por uma camada opaca de nuvens de ácido
sulfúrico altamente reflexivas, impedindo que a sua superfície seja vista
do espaço na luz visível. Ele possui a mais
densa atmosfera entre todos os planetas terrestres do Sistema Solar,
constituída principalmente de dióxido de carbono.
A primeira missão de
uma sonda espacial robótica a Vênus, e a primeira para qualquer
planeta, começou em 12 de fevereiro de 1961, com o lançamento da
sonda Venera 1. A primeira nave do, quanto ao mais, altamente bem
sucedido Programa Venera soviético, a Venera I foi lançada numa
trajetória de impacto direto, mas o contato foi perdido após sete dias de
missão, quando a sonda estava a cerca de dois milhões de quilômetros da Terra.
Estima-se que ela tenha passado a 100 mil quilômetros de Vênus em meados de
maio.
A exploração de Vênus pelos
Estados Unidos também começou mal, com a perda da sonda Mariner 1 no
lançamento. A missão subsequente Mariner 2 obteve maior sucesso e,
depois de uma órbita de transferência de 109 dias, em 14 de dezembro
de 1962 ela se tornou a primeira missão interplanetária com sucesso, passando a
34833 km da superfície de Vênus. Os
seus radiômetros de micro-ondas e infravermelho revelaram
que, enquanto o topo das nuvens venusianas era frio, a superfície era
extremamente quente – pelo menos 425 °C, finalmente descartando quaisquer
esperanças de que o planeta poderia abrigar vida na superfície. A Mariner 2
também melhorou as estimativas da massa e da Unidade Astronômica, mas não
foi capaz de detectar um campo magnético ou cinturão de
radiação.
Vênus com nuvens:
Vênus sem nuvens:
Terra:
A Terra é o
terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto
maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas
telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de
milhões de espécies de seres vivos, incluindo
os humanos. A Terra é o único corpo celeste onde é conhecida a
existência de vida. O planeta formou-se há 4,54 bilhões (mil milhões) de
anos e a vida surgiu na sua superfície um bilhão de anos depois.
A Terra interage com outros
objetos no espaço, em particular com o Sol e a Lua. No presente, a Terra
orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que
equivale a 365,26 dias solares ou um ano
sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma
inclinação de 23,4 graus, produzindo variações sazonais na superfície
do planeta com período igual a um ano tropical. A Lua é o
único satélite natural conhecido da Terra, é responsável
pelas marés, estabiliza a inclinação da Terra e abranda gradualmente a
rotação do planeta.
Lua:
A Lua é o
único satélite natural da Terra, situando-se a uma distância de
cerca de 384.405 km do nosso planeta.
Segundo a última contagem, mais
de 150 luas povoam o sistema solar: Netuno é cercado por 13
delas; Urano por 27; Saturno tem 60; Júpiter é o que
tem mais até então e possui 63. A Lua terrestre não é a maior de todo
o Sistema Solar - Ganimedes, uma das luas de Júpiter, é a maior
Visto da Terra,
o satélite apresenta fases e exibe sempre a mesma face.
É a principal responsável pelos
efeitos de maré que ocorrem na Terra, em seguida vem o Sol, com
uma participação menor. Pode-se dizer do efeito de maré aqui na Terra como
sendo a tendência de os oceanos acompanharem o movimento orbital da Lua, sendo
que esse efeito causa um atrito com o fundo dos oceanos, atrasando o movimento
de rotação da Terra cerca de 0,002 s por século, e, como
consequência, a Lua se afasta de nosso planeta em média 3 cm por ano.
Exploração Espacial na Lua:
No início da década de
1960 o presidente John F. Kennedy colocou como meta para
os Estados Unidos o envio de um Homem à Lua antes do fim da década.
Este desafio foi concretizado no projeto Apollo. Em 20 de Julho de 1969 Neil
Armstrong tornou-se o primeiro Homem a caminhar na Lua
A última missão tripulada
norte-americana à Lua foi a Apollo 17, em dezembro de 1972. O veículo de
exploração lunar (LRV - Lunar Roving Vehicle), comandado
por Eugene A. Cernan, explorou por 33 quilômetros um vale da Lua,
o Taurus-Littrow. Os astronautas, Cernan e Harrison H. Schmitt,
exploraram a superfície da Lua, enquanto o terceiro membro da equipe, o
comandante naval Ronald Ellwin Evans permanecia em órbita. A
permanência da tripulação em solo lunar foi de 22 horas.
Marte:
Marte é o quarto
planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas
telúricos no sistema solar, situando-se entre a Terra e
o cinturão de asteroides. De noite, aparece como
uma estrela vermelha, razão por que os antigos romanos lhe
deram o nome de Marte, o deus da guerra.
Os chineses, coreanos e japoneses chamam-lhe
"Estrela de Fogo. Seu ano dura 687 dias terrestres (quase 2 anos
terrestres).
Exploração de Marte:
Em plena Guerra Fria, quando
as potências da época Estados Unidos e União Soviética se
envolveram numa corrida espacial, os soviéticos são os primeiros
a tentar enviar sondas espaciais a Marte para descobrir o que se
passava no planeta e pode-se dizer que obtiveram um sucesso parcial.
Em 1971, eles lançaram as sondas gêmeas Mars 2 e Mars 3,
ambas equipadas com módulo de aterrissagem. As duas sondas conseguiram orbitar
Marte e fazerem a descida dos módulos, porém o módulo da Mars 2 falhou durante
a descida e chocou-se com o planeta em local desconhecido. Já a Mars 3
encontrou uma tempestade de areia que cobriu todo o planeta e o módulo, ao
aterrissar com sucesso, conseguiu apenas enviar uma foto da superfície durante
15 segundos antes de falhar, tornando-se o segundo objeto construído pelo homem
a tocar o solo marciano. Os soviéticos já haviam lançado outras sondas antes,
mas de pouco sucesso.
Os norte-americanos tiveram
sucesso com a segunda tentativa através da sonda Mariner 4 que,
em 1965, orbita Marte e consegue tirar a primeira fotografia próxima do
planeta, juntamente com outras vinte e uma, mas de muito fraca qualidade.
A 20 de
Julho de 1976, a sonda norte-americana Viking I pousa com
sucesso em Chryse Planitia, uma planície circular na região equatorial norte de
Marte, perto de Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície.
A sonda gêmea, a Viking II
pousa a 3 de Setembro do mesmo ano em Utopia Planitia. Estas duas
sondas operaram durante anos, até que as suas baterias falharam. Com esta
missão, as ideias de uma civilização marciana e de vida primitiva ao nível de
musgos foram postas de lado, mas dúvidas quanto a existência de bactérias
continuaram a persistir.
A sonda Mars
Pathfinder chega a Marte a 4 de Julho de 1997 e pousa
em Chryse Planitia, na região de Ares Vallis, libertando um pequeno veículo
robô que explorou e investigou diferentes rochas. Em 11 de
Setembro do mesmo ano, chega a sonda Mars Global Surveyor, e a sua
missão consistiu em fotografar o planeta com uma resolução muito maior que as
missões anteriores conseguiriam fazer.
A Agência Espacial
Européia (ESA) entra na corrida enviando a sonda orbital Mars
Express ao planeta vermelho. Esta chega a Marte no final de 2003, e
lança um robô para explorar a superfície, mas o dispositivo não deu sinais de
funcionamento após a chegada ao planeta vermelho. Já a sonda orbital tem sido
marcada pelo sucesso, especialmente no que toca às descobertas envolvendo a
água. De destacar a descoberta, em meados de 2005, do primeiro lago gelado
encontrado no planeta.[13]
Outras missões mais recentes bem
sucedidas são as dos robôs de exploração "Spirit" (Espírito) e seu
irmão gêmeo "Opportunity" (Oportunidade) que exploram Marte desde
Janeiro de 2004.
Todas estas missões foram feitas
por máquinas e não pelo homem. Várias pessoas já avançaram em defesa das
missões tripuladas a Marte como o próximo passo lógico. Por causa da distância
entre Marte e a Terra, a missão traria mais riscos e seria mais cara que as
viagens à Lua, apesar de muitos acreditarem serem bem mais proveitosas que o
envio de robôs. Seriam necessários mantimentos e combustível para uma viagem de
ida e volta de 2 a 3 anos. Uma proposta chamada «Mars Direct» é tida como o
plano mais prático e menos dispendioso para uma missão a Marte com seres
humanos.
A Agência Espacial Européia tem
como objetivo o envio de uma missão humana a Marte no ano 2030, como parte do
seu Programa Aurora. Já os norte-americanos pretendem voltar à Lua em
2015, abrindo caminho para missões a Marte no futuro.
Curiosidade / Curiosity:
Mars Science Laboratory (MSL)
é uma sonda espacial da NASA lançada em 26 de novembro de
2011, que continha em seu interior um veículo explorador batizado
como Curiosity (em português, Curiosidade),
o qual aterrissou na cratera Gale, em Marte, em 6 de agosto de 2012.
O Curiosity é
um robô semelhante aos veículos Spirit e Opportunity,
utilizados na missão espacial Mars Exploration Rover para a
exploração do planeta. Os principais objetivos do Curiosity incluem
investigar a possibilidade da existência de vida de Marte, estudar
o clima e a geologia, e coletar dados para o envio de uma
futura missão tripulada a Marte.
O MSL, ou Curiosity, tem o
tamanho de um carro, e foi necessário o uso de tecnologia inovadora para o
pouso em Marte sem danificar o equipamento.
Imagem da superfície de
Marte :
Júpiter:
Júpiter é o
maior planeta do Sistema Solar, tanto em diâmetro quanto em
massa e é o quinto mais próximo do Sol. Possui menos de um milésimo
da massa solar, contudo tem 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas em
conjunto. É um planeta gasoso junto com
Saturno, Urano e Netuno.
Júpiter é observável a olho
nu, com uma magnitude aparente máxima de -2,8, sendo no geral o
quarto objeto mais brilhante no céu, depois do Sol, da Lua e
de Vênus.
Júpiter possui um
tênue sistema de anéis, e uma poderosa magnetosfera. Possui pelo
menos 64 satélites, dos quais se destacam os quatro descobertos
por Galileu Galilei em 1610: Ganímedes, o maior do Sistema
Solar, Calisto, Io e Europa, os três primeiros são
mais massivos que a Lua sendo que Ganímedes, possui um diâmetro maior
que o do planeta Mercúrio.
Em tempos modernos,
várias sondas espaciais visitaram Júpiter, todas elas de
origem estadunidense. A Pioneer 10 passou por Júpiter
em Dezembro de 1973, seguida pela Pioneer 11, cerca de um
ano depois. A Voyager 1 passou em Março de 1979,
seguida pela Voyager 2 em Julho do mesmo ano.
A sonda
espacial Galileu entrou na órbita de Júpiter em 1995, enviando
uma sonda através da atmosfera de Júpiter no mesmo ano e conduzindo
múltiplas aproximações com os satélites galileanos até 2003. A sonda
Galileu também presenciou o impacto do cometa Shoemaker-Levy
9 em Júpiter em 1994, possibilitando a observação direta deste
evento. Outras missões incluem a sonda
espacial Ulysses, Cassini-Huygens, e New Horizons, que
utilizaram o planeta para aumentar sua velocidade e ajustar a sua
direção aos seus respectivos objetivos. Um futuro alvo de exploração é Europa,
satélite que potencialmente possui um oceano líquido.
Comparação de tamanho.
Terra e Júpiter:
Foto de Calisto:
Foto de Io:
Foto de Europa:
Saturno:
Saturno é o
sexto planeta do Sistema Solar, com uma órbita localizada
entre as órbitas de Júpiter e Urano. É o segundo maior planeta,
após Júpiter, sendo um dos planetas gasosos do Sistema Solar,
porém o de menor densidade, tanto que se existisse
um oceano grande o bastante, Saturno flutuaria nele. Seu aspecto mais
característico é seu brilhante sistema de anéis, o único visível da Terra.
A atmosfera externa tem uma
aparência suave, embora a velocidade do vento em Saturno possa chegar a
1.800 km/h, significativamente tão rápido como os de Júpiter, mas não tão
rápidos como os de Netuno. Saturno tem um campo magnético planetário
intermediário entre as forças da Terra e o poderoso campo ao redor de Júpiter.
Antes da invenção
do telescópio, Saturno era o mais distante dos planetas conhecidos. A olho
nu não parecia ser luminoso. O primeiro ao observar seus anéis
foi Galileu em 1610, porém devido à baixa inclinação de seus
anéis e à baixa resolução de seu telescópio lhe fizeram pensar a princípio que
se tratava de grandes luas.
Tem um número elevado
de satélites, 61 descobertos até então, e está cercado por um complexo
de anéis concêntricos, composto por dezenas de anéis individuais
separados por intervalos, estando o mais exterior destes situado a
138 000 km do centro do planeta geralmente compostos por restos de
meteoros e cristais de gelo. Alguns deles têm o tamanho de
uma casa.
Três naves espaciais
norte-americanas ampliaram enormemente o conhecimento do sistema de Saturno: a
sonda Pionner 11, a Voyager 1 e a 2, que sobrevoaram o
planeta em setembro 1979, novembro de 1980 e em agosto
de 1981, respectivamente. Estas naves espaciais levaram câmeras e
instrumentos para analisar as intensidades e as polarizações das radiações nas
regiões visíveis, ultravioletas, infravermelhas e do spectrum eletromagnético.
Foram equipados também com instrumentos para o estudo dos campos magnéticos e
para a detecção de partículas carregadas e grãos da poeira interplanetária.
Em outubro de 1997 foi
lançada a sonda espacial Cassini, com destino a Saturno, que incluiu
também a sonda Huygens para explorar Titã, uma das luas do
planeta. Sendo um projeto de grande interesse da NASA em colaboração
com a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Italiana.
Após uma viagem de quase sete anos, está previsto que a Cassini recolha
dados em Saturno e em seus satélites durante quatro anos. Em outubro
de 2002 a sonda obteve sua primeira fotografia do planeta, tomada a
uma distância de 285 milhões quilômetros, na qual aparece também Titã. Em
junho de 2004 a Cassini voou sobre Febe, outro satélite de Saturno
(o mais afastado), obtendo imagens espetaculares de sua superfície, repleta de
crateras. Em julho do mesmo ano, a sonda entrou na órbita de Saturno. Em
janeiro de 2005 a sonda Huygens cruzou a atmosfera
de Titã e alcançou sua superfície, enviando dados para terra e
imagens do interessante satélite.
Comparação de tamanho:
Saturno e Terra.
Urano:
Urano é o
sétimo planeta a partir do Sol, o terceiro maior e o quarto mais
massivo dos oito planetas do Sistema Solar. Foi nomeado em homenagem ao
deus grego do céu, Urano, o pai de Cronos (Saturno) e o avô
de Zeus (Júpiter). Embora seja visível a olho nu em boas condições de
visualização, não foi reconhecido pelos astrônomos antigos como um planeta
devido a seu pequeno brilho e lenta órbita.
William Herschel anunciou
sua descoberta em 13 de maio de 1781, expandindo as fronteiras do Sistema Solar
pela primeira vez na história moderna. Urano foi também o primeiro planeta
descoberto por meio de um telescópio.
Urano tem uma composição similar
à de Netuno, e ambos possuem uma composição química diferente dos
maiores gigantes gasosos,Júpiter e Saturno. Como tal, os
astrônomos algumas vezes os colocam em uma categoria separada, os
"gigantes de gelo".
Urano completa uma volta ao redor
do Sol a cada aproximadamente 84 anos terrestres. Sua distância média ao Sol é
de aproximadamente 3 bilhões de quilômetros
Em novembro de 1985, a sonda
interplanetária Voyager 2 iniciou o sobrevoo do
planeta atingindo a distância mais próxima em 24 de janeiro de 1986, chegando a
81 500 km do planeta, antes de continuar sua jornada para
Netuno. A sonda estudou a estrutura e composição química da atmosfera
uraniana incluindo o clima, os cinco maiores satélites e os nove anéis até
então conhecidos.
A sonda também estudou o campo
magnético, sua estrutura irregular e a inclinação que formam uma magnetocauda
em forma de saca-rolha por causa de sua orientação. A Voyager 2 também
descobriu outros dez satélites e mais dois anéis, nomeados posteriormente
como lambda (λ) e Zeta (ζ).
Em agosto de 2004
o Telescópio Espacial Hubble foi utilizado para observação do planeta
tendo descoberto mais dois satélites e dois anéis. Observações posteriores
feitas por telescópios em solo registraram imagens em infravermelhos de somente
um dos anéis recém descobertos. Cientistas sugerem que esta diferença de
observação indique uma origem diferente para os dois anéis recém descobertos. O
externo, não visualizado pelas observação terrestre em infravermelho, teria
sido formado pela colisão de asteroides no satélite Mab enquanto o
interno seria composto de partículas menores semelhantes à poeira e com uma
coloração vermelha.
Netuno:
Netuno é o
oitavo planeta do Sistema Solar, e o último, em ordem de
afastamento a partir do Sol, desde a reclassificação
de Plutão para a categoria de planeta-anão, em 2006, que
era o último dos planetas. É, tal como a Terra, conhecido como o "Planeta
Azul", mas não devido à presença de água. Netuno recebeu
o nome do deus romano dos mares. É o quarto maior planeta
em diâmetro, e o terceiro maior em massa. Neptuno tem 17 vezes a
massa da Terra e é ligeiramente mais maciço do que Urano, que tem
cerca de 15 vezes a massa da Terra e é menos denso. O seu símbolo
astronômico é , uma versão estilizada do tridente do
deus Netuno.
Descoberto em 23 de
Setembro de 1846, Netuno foi o primeiro planeta encontrado por
uma previsão matemática, em vez de uma observação empírica. Inesperadas
mudanças na órbita de Urano levaram os astrônomos a deduzir que sua órbita
estava sujeita a perturbação gravitacional por um planeta desconhecido.
Subsequentemente, Netuno foi encontrado, a um grau da posição prevista. A sua
maior lua, Tritão, foi descoberta pouco tempo depois, mas nenhuma das
outras 12 luas do planeta foram descobertas antes do século XX. Netuno foi
visitado por uma única sonda espacial, Voyager 2, que voou pelo planeta
em 25 de Agosto de 1989.
“Foge, meu amigo, para a tua soledade!
Vejo-te aturdido pelo ruído dos grandes homens e crivado pelos ferrões dos
pequenos.
Dignamente sabem calar-se contigo os bosques
e os penedos. Assemelha-te de novo à tua árvore querida, a árvore de forte
ramagem que escuta silenciosa, pendida para o mar.
Onde cessa a soledade principia a praça
pública, onde principia a praça pública começa também o ruído dos grandes
cômicos e o zumbido das moscas venenosas. No mundo as melhores coisas nada valem
sem alguém que as represente; o povo chama a esses representantes grandes
homens.
O mundo compreende mal o que é grande, quer
dizer, o que cria; mas tem um sentido para todos os representantes e cômicos
das grandes coisas.
O mundo gira em torno dos inventores de
valores novos; gira invisivelmente; mas em torno do mundo giram o povo e a
glória: assim “anda o mundo”.
O cômico tem espírito, mas pouca consciência
do espírito. Crê sempre naquilo pelo qual faz crer mais energicamente — crer em
si mesmo.
Amanhã tem uma fé nova, e depois de amanhã
outra mais nova. Possui sentidos rápidos como o povo, e temperaturas variáveis.
Derribar: chama a isto demonstrar.
Enlouquecer: chama a isto convencer. E o sangue é para ele o melhor de todos os
argumentos.
Chama mentira e nada a uma verdade que só
penetra em ouvidos apurados.
Verdadeiramente só crê em deuses que façam
muito ruído no mundo.
A praça pública está cheia de truões
ensurdecedores, e o povo vangloria-se dos seus grandes homens. São para eles os
senhores do momento.
O momento oprime-o e eles oprimem-te a ti,
exigem-te um sim ou um não.
Desgraçado! Queres colocar-te entre um pró e
um contra?
Não invejes esses espíritos opressores e
absolutos ó! amante da verdade! Nunca a verdade pendeu do braço de um espírito
absoluto.
Torna ao teu asilo, longe dessa gente
tumultuosa; só na praça pública assediam uma pessoa com o “sim ou não?”.
As fontes profundas têm que esperar muito
para saber o que caiu na sua profundidade.
Tudo quanto é grande passa longe da praça pública
e da glória. Longe da praça pública e da glória viveram sempre os inventores de
valores novos.
Foge, meu amigo, para a soledade; vejo-te
aqui aguilhoado por moscas venenosas.
Foge para onde sopre um vento rijo.
Foge para a tua soledade. Viverás próximo
demais dos pequenos mesquinhos.Foge da sua vingança invisível! Para ti não mais
que vingança.
Não levantes mais o braço contra eles!
São inumeráveis, e o teu destino não é ser
enxota-moscas!
São inumeráveis esses pequeninos e
mesquinhos; e altivos edifícios se têm visto destruídos por gotas de chuva e
ervas ruins.
Não és uma pedra, mas já te fenderam
infinitas gotas. Infinitas gotas continuarão a fender-te e a quebrar-te.
Vejo-te cansado das moscas venenosas, vejo-te
arranhado e ensangüentado, e o teu orgulho nem uma só vez se quer encolerizar.
Elas desejariam o teu sangue com a maior
inocência; as suas almas anêmicas reclamam sangue e picam com a maior
inocência.
Mas tu, que és profundo, sentias
profundamente até as pequenas feridas, e antes da cura já passeava outra vez
pela tua mão o mesmo inseto venenoso.
Pareces-me altivo demais para matar esse
glutões; mas repara, não venha a ser destino teu suportar toda a sua venenosa
injustiça!
Também zumbem à tua roda com os seus
louvores. Importunidades: eis os seus louvores. Querem estar perto da tua pele
e do teu sangue.
Adulam-te como um deus ou um diabo!
choramingam diante de ti como de um deus ou de um diabo. Que importa?
São aduladores e choramingas, nada mais.
Também sucede fazerem-se amáveis contigo; mas
foi sempre essa a astúcia dos covardes. É verdade; os covardes são astutos!
Pensam muito em ti com a alma mesquinha.
Suspeitam sempre de ti. Tudo o que dá muito que pensar se torna suspeito.
Castigam-te pelas tuas virtudes todas.
Só te perdoam verdadeiramente os teus erros.
Como és benévolo e justo, dizes: “Não têm
culpa da pequenez da sua existência”. Mas a sua alma acanhada pensa: “Toda a
grande existência é culpada”.
Mesmo que sejas benévolo com eles, ainda se
consideram desprezados por ti e pagam o teu benefício com ações dissimuladas.
O teu mudo orgulho contraria-os sempre, e
alvorotam quando acertas em ser bastante modesto para ser vaidoso.
O que reconhecemos num homem infamamos-lhe
também nele. Livra-te, portanto, dos pequenos.
Na tua presença sentem-se pequenos, e sua
baixeza arde em invisível vingança contra ti.
Não notaste como costumávamos emudecer quando
te aproximava deles, e como as forças os abandonavam tal como a fumaça que se
extingue?
Sim, meu amigo; és a consciência roedora dos
teus próximos, porque não são dignos de ti. Por isso te odeiam e quereriam
sugar-te o sangue.
Os teus próximos hão de ser sempre moscas
venenosas. E o que é grande em ti deve precisamente torná-los mais venenosos e
mais semelhantes às moscas.
Foge, meu amigo, para a tua soledade, para
além onde sopre vento rijo e forte. Não é destino teu ser enxota-moscas”.
- Um dragão que cospe fogo pelas ventas vive na minha garagem.
Suponhamos que eu lhe faça seriamente essa afirmação. Com certeza você iria
querer verificá-la, ver por si mesmo. São inumeráveis as histórias de dragões
no decorrer dos séculos, mas não há evidências reais. Que oportunidade!
- Mostre-me – você diz. Eu o levo até a minha garagem. Você olha para dentro e
vê uma escada de mão, latas de tinta vazias, um velho triciclo, mas nada de
dragão.
- Onde está o dragão? – você pergunta.
- Oh, está ali – respondo, acenando vagamente. – Esqueci de lhe dizer que é um
dragão invisível.
Você propõe espalhar farinha no chão da garagem para tornar visíveis as pegadas
do dragão.
- Boa idéia – digo eu –, mas esse dragão flutua no ar.
Então, você quer usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível.
- Boa idéia, mas o fogo invisível é também desprovido de calor.
Você quer borrifar o dragão com tinta para torná-lo visível.
- Boa idéia, só que é um dragão incorpóreo e
a tinta não vai aderir.
E assim por diante. Eu me oponho a todo teste
físico que você propõe com uma explicação especial de por que não vai
funcionar.
Qual a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo, flutuante, que cospe
fogo atérmico, e um dragão inexistente? Se não há como refutar a minha
afirmação, se nenhum experimento concebível vale contra ela, o que significa
dizer que o meu dragão existe? A sua incapacidade de invalidar a minha hipótese
não é absolutamente a mesma coisa que provar a veracidade dela. Alegações que
não podem ser testadas, afirmações imunes a refutações não possuem caráter
verídico, seja qual for o valor que possam ter por nos inspirar ou estimular
nosso sentimento de admiração. O que eu estou pedindo a você é tão somente que,
em face da ausência de evidências, acredite na minha palavra.