quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quando o segundo sol chegar.... WTF?




Segundo Sol começa a ser registrado em várias partes do Mundo!

Postado por Ton Müller , às quarta-feira, setembro 19, 2012

Não podemos negar que muitas coisas estranhas estão acontecendo ao redor do Mundo, uma delas é a aparição de mais um astro muito luminoso visto no céu pela parte do dia como se fosse um segundo Sol. Menor e discreto ele é visto com mais facilidade por lentes (câmeras fotográficas e filmadoras) já que elas corrigem melhor a densidade de claridade etc.

Meus amigos leitores, sou fotógrafo e sei quando existe efeito na lente, na própria definição de imagem, e no caso do vídeo abaixo estamos vendo algo acontecendo realmente no céu. Claro que logo aparecerão “especialistas” achando alguma explicação, mas estamos em um ponto que poucos aceitam explicações. A melhor das conclusões está acontecendo e você mesmo pode conferir:

Fonte: http://www.verdademundial.org/2012/09/segundo-sol-comeca-ser-registrado-em.html

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Naves, Anunakis e Nibiru. A fértil imaginação nas imagens do Sol

O satélite solar SOHO é um dos mais importantes telescópios espaciais e o principal responsável pelos estudos mais modernos do Sol. No entanto, é também o que de longe provoca mais a imaginação do público leigo, que vê em suas imagens desde cometas inexistentes até naves espaciais secretas.


É praticamente impossível passar um único dia sem recebermos algum email questionando sobre os "estranhos" pontos e traços que aparecem nas imagens do telescópio solar SOHO. Daria até pra escrever um livro sobre o assunto, quem sabe até uma tese de doutorado tentando explicar o fascínio que essas imagens provocam na imaginação popular.
Não sabemos ao certo como funciona o mecanismo que leva os observadores a acreditar que as partículas cósmicas ou os micro meteoroides que cruzam ou se chocam contra o telescópio são na verdade naves espaciais ou seres extraterrestres. E não adianta responder aos emails explicando sobre a natureza desses objetos. O interessado não acredita. Nunca.
Acreditamos que o maior problema para a compreensão das imagens seja a de o observador não entender que o telescópio SOHO não registra cenas no comprimento de onda visível, mas em seguimentos muito mais energéticos, principalmente o ultravioleta e raios-x e que o Universo está repleto de partículas carregadas com alto nível de energia.

Origem
Essas partículas - os prótons e elétrons - têm sua origem em explosões estelares muito intensas chamadas supernovas, que arremessam as partículas em todas as direções do Universo em velocidades próximas à da luz. Quando essas partículas se chocam contra o elemento sensível do telescópio - o CCD - perdem sua energia, que se espalha em diversos comprimentos de onda entre eles o ultravioleta. O resultado são os pontinhos luminosos que aparecem nas imagens do telescópio.



Por uma dessas coincidências da natureza, eventualmente o telescópio recebe um verdadeiro bombardeio cósmico e diversas partículas atingem áreas adjacentes do sensor ao mesmo tempo. Isso cria uma espécie de borrão formado pelos inúmeros pontos, mas que na visão dos observadores leigos se transforma em naves espaciais ou no hipotético planeta Nibiru.

Micro meteoroides
Outro elemento que causa muita confusão entre o público leigo são os traços que surgem em um único fotograma produzido pelo telescópio. Neste caso, a imaginação fértil faz o leigo acreditar que se trata de cometas ou então de uma nave espacial gigante ou de seu rastro, que está trazendo mais "Anunakis" para o mundo subterrâneo. Ou coisa parecida.
Tentar explicar que esses traços são provavelmente causados por micro meteoroides é pura perda de tempo, mas vamos tentar.
O espaço é um lugar muito perigoso e centenas de micro pedrinhas (os micro meteoroides) cruzam aleatoriamente todos os lugares a todo o momento.
Estima-se que a Estação Espacial Internacional, a ISS, recebe o impacto diário de cerca de 200 micro meteoroides por dia, a maior parte deles com cerca de 1 centésimo do tamanho de um grão de areia. Se a ISS tivesse uma câmera fixa similar a do SOHO apontada para o espaço, produziria traços muito semelhantes.
No caso do SOHO, os micro meteoroides vistos cruzando a imagem não estão a milhares de km de distância do CCD. Quando passam bem perto, o suficiente para refletirem a luz do Sol, são interpretados pelo CCD como um traço brilhante e fino, que pode vir de qualquer direção do espaço.
Diferente das partículas carregadas, que com raríssimas exceções nunca aparecem em dois fotogramas sucessivos, os micro meteoroides podem aparecem em dois frames com intervalos máximos de 10 minutos, dependendo da distância ao telescópio e do ângulo da luz incidente. Mesmo assim, também são casos raros.

Nota Importante
Entendemos que muitas pessoas têm suas crenças e convicções e temos profundo respeito por isso. Também sabemos que não será um artigo como esse que fará essas pessoas mudarem seus pontos de vista sobre este assunto. No entanto, cabe a nós, por sermos um portal científico, explicar esse e outros fenômenos da forma como eles realmente são e não da forma como gostaríamos que fossem, apesar de muitas vezes serem até mais interessantes.
Leia também: Artefatos: Os pontos misteriosos nas imagens do telescópio Soho


Artes: No topo, uma série de artefatos artificiais e naturais pode ser vistos em imagem do telescópio solar SOHO. Acima, comutação entre duas imagens consecutivas com 12 minutos de intervalo entre cada uma, registrada no dia 5 de setembro de 2012. Repare a enorme quantidade de partículas carregadas que cruzam o CCD e a presença de diversos micro meteoroides cruzando o campo de visão do coronógrafo. Crédito: NASA, ESA, Apolo11.com.


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Link:

http://www.apolo11.com/spacenews.php?titulo=Naves_Anunakis_e_Nibiru._A_fertil_imaginacao_nas_imagens_do_Sol&posic=dat_20120905-095625.inc


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Exu não pode?





STELA GUEDES CAPUTO
Recentemente, um jornal carioca destacou o caso da professora proibida de usar o livro "Lendas de Exu" em uma escola municipal. A professora é umbandista e a diretora da escola é evangélica. É cada vez mais comum que professores e alunos de candomblé ou umbanda sejam discriminados nas escolas. A pergunta é: por que Jesus pode estar em um livro para o ensino religioso católico, destinado à rede pública, e Exu não pode? Exu não entra na escola porque este país é racista, e o racismo está presente na escola. Acredito também que atravessamos uma fase de avanço conservador na educação pública. A manutenção da oferta do ensino religioso na Constituição de 88, a aprovação deste como confessional no Rio, os livros didáticos católicos, a Concordata Brasil-Vaticano, são vitórias silenciosas que ampliam e legitimam as circunstâncias necessárias para discriminações como essa.
A mãe-de-santo Beata de Yemanjá diz: "Pensam que o Brasil é uma coisa só e nos discriminam. Isso é racismo." Para o pesquisador Antônio Sérgio Guimarães, o racismo brasileiro é heterofóbico, a negação absoluta das diferenças implicando um ideal, explícito ou não, de homogeneidade (ou uma coisa só, como diz Beata).
Quando uma escola proíbe um livro de lendas africanas ela discrimina culturas afrodescendentes. Exu é negro. Um poderoso e imenso orixá negro. É o orixá mais próximo dos seres humanos porque representa a vontade, o desejo, a sexualidade, a dúvida. Por que esses sentimentos não são bem-vindos na escola? Porque a Igreja católica tratou de associá-lo ao seu diabo e muitas escolas incorporam essa lógica conservadora, moralista e racista. O Exu proibido afirma que este país tem negros com diferentes culturas que, se entendidas como modos de vida, podem incluir diferentes modos de ver, crer, não crer, sentir, entender e explicar a vida. Positivo foi que muitos professores e professoras criticaram o ocorrido, o que mostra que também a escola não é "uma coisa só". É nas suas tensões cotidianas que devemos lutar contra o racismo.
As culturas com suas religiões fazem parte do ensino de História da África. Como é que vai ser? Pais e professores arrancarão as páginas desses livros? Ou eles já serão confeccionados mutilados pelo racismo? Respondo com a saudação ao orixá excluído da escola: Laro oyê Exu! Para que ele traga mais confusão e com ela, o movimento, a comunicação, a transformação onde reina.
Stela Guedes Caputo é professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Não, não estou praticando proselitismo de um ou outro credo religioso. Apenas apontando um problema que tem aparecido com frequência no cenário nacional. A imposição da fé, que geralmente parte dos grupos evangélicos, e em alguns casos, utilizando de violência física. Até quando a religião vai ser motivo de discórdia entres as pessoas?


"Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace"

 John Lennon

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

O Sistema Solar


Segue abaixo um informativo voltado para crianças. Por este motivo, retirei informações muito técnicas. E abaixo, segue link para download de slides.

http://www.4shared.com/file/ickL9i70/O_Sistema_Solar.html?

Formação:

O Sistema Solar foi formado por uma nuvem de gases há 4,568 bilhões de anos. Esta nuvem inicial tinha provavelmente vários anos-luz de diâmetro e deu origem a várias estrelas.

A nuvem teve sua origem provável em uma explosão de supernova, o que explica a existência dos vários elementos químicos diferentes encontrados pelo Sistema Solar, e principalmente na Terra.

A região que se tornaria o Sistema Solar, conhecida como a névoa pré-solar, colapsou. O centro, onde a maioria da massa se agrupou, tornou-se progressivamente mais quente que o disco a volta com uma quente e densa protoestrela ao centro. 

 Com o tempo, a pressão e a densidade do hidrogênio no centro da protoestrela tornaram-se grandes o suficiente para começar a fusão termonuclear. A temperatura, velocidade de reação, pressão, e densidade aumentaram até que o equilíbrio  foi alcançado, com a energia contendo a força da contração gravitacional. Neste ponto o sol se tornou uma estrela completa da sequência principal.

Nuvens de gases:







Explosão de Supernova:



Estrutura:

Entre os muitos corpos que orbitam ao redor do Sol, a maior parte da massa está contida dentro de oito planetas relativamente solitários, cujas órbitas são quase circulares.

Os quatro menores planetas (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) são conhecidos como planetas telúricos ou sólidos, encontram-se mais próximos do Sol e são compostos principalmente de metais e rochas.

Os quatro maiores planetas (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) encontram-se mais distantes do Sol e concentram mais massa do que os planetas telúricos, sendo também chamados de planetas gasosos. Os dois maiores, Júpiter e Saturno, são compostos em sua maior parte de hidrogênio e hélio. Urano e Netuno, conhecidos também como "planetas ultraperiféricos", são cobertos de gelo, sendo às vezes referidos como "gigantes de gelo", apresentando também em sua composição água, amônia e metano.

Dimensões:

Para uma noção da dimensão astronômica das distâncias no espaço deve-se fazer cálculos e usar um modelo que permita uma percepção mais clara do que está em jogo. Por exemplo, um modelo reduzido em que o Sol estaria representado por uma bola de futebol (de 22 cm de diâmetro). A essa escala, a Terra ficaria a 23,6 metros de distância e seria uma esfera com apenas 2 mm de diâmetro (a Lua ficaria a uns 5 cm da Terra, e teria um diâmetro de uns 0,5 mm). Júpiter e Saturno seriam berlindes com cerca de 2 cm de diâmetro, respectivamente a 123 e a 226 metros do Sol. Plutão ficaria a 931 metros do Sol, com cerca de 0,36 mm de diâmetro. Quanto à estrela mais próxima, a Proxima Centauri, essa estaria a 6332 km do Sol, enquanto a estrela Sírio a 13 150 km.

O Sistema Solar faz parte da Via Láctea (do Latim: Via de leite), nossa galáxia. Galáxia é um aglomerado de estrelas, que orbitam em torno de um centro comum. A Via Láctea tem aproximadamente 400 bilhões de estrelas.




Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar.
Wolf 359 é uma estrela anã vermelha.
Sol é a estrela central do Sistema Solar.
Sirius é uma estrela parecida com o Sol, e relativamente próxima.

Galáxia vista de fora:



A nossa Galáxia, a Via Láctea, vista da Terra:



O Sol:

Sol é a estrela central do Sistema Solar.
Todos os outros corpos do Sistema Solar, como planetas, planetas anões, asteróides, cometas e poeira, bem como todos os satélites associados a estes corpos, giram ao seu redor. Responsável por 99,86% da massa do Sistema Solar, o Sol possui uma massa 332.900 vezes maior que a da Terra, e um volume 1.300.000 vezes maior que o do nosso planeta.
A distância da Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilômetros, ou 1 unidade astronômica (UA).
É composto primariamente de hidrogênio e hélio, com traços de outros elementos, incluindo ferro, níquel, oxigênio, silício, enxofre, magnésio, néon, cálcio e cromo.






Mercúrio:

Mercúrio é o menor e mais interno planeta do Sistema Solar, e seu ano (1 volta em torno do Sol) dura 88 dias, aproximadamente.
Comparado a outros planetas, pouco se sabe a respeito de Mercúrio, pois telescópios em solo terrestre revelam apenas um crescente iluminado com detalhes limitados. As duas primeiras espaçonaves a explorar o planeta foram a Mariner 10, que mapeou aproximadamente 45% da superfície do planeta entre 1974 e 1975, e a MESSENGER, que mapeou outros 30% da superfície durante um sobrevoo em 14 de janeiro de 2008. O último sobrevoo ocorreu em setembro de 2009 e a nave entrou em órbita do planeta em 18 de março de 2011, quando começou a mapear o restante do planeta, numa missão com duração nominal de um ano terrestre.



Vênus:

Vênus é o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a partir do Sol, seu ano dura aproximadamente 224,7 dias. Recebeu seu nome em homenagem à deusa romana do amor e da beleza Vênus, equivalente a Afrodite. Depois da Lua, é o objeto mais brilhante do céu noturno.

Vênus é considerado um planeta do tipo terrestre ou telúrico, chamado com frequência de planeta irmão da Terra, já que ambos são similares quanto ao tamanho, massa e composição. Vênus é coberto por uma camada opaca de nuvens de ácido sulfúrico altamente reflexivas, impedindo que a sua superfície seja vista do espaço na luz visível. Ele possui a mais densa atmosfera entre todos os planetas terrestres do Sistema Solar, constituída principalmente de dióxido de carbono.

A primeira missão de uma sonda espacial robótica a Vênus, e a primeira para qualquer planeta, começou em 12 de fevereiro de 1961, com o lançamento da sonda Venera 1. A primeira nave do, quanto ao mais, altamente bem sucedido Programa Venera soviético, a Venera I foi lançada numa trajetória de impacto direto, mas o contato foi perdido após sete dias de missão, quando a sonda estava a cerca de dois milhões de quilômetros da Terra. Estima-se que ela tenha passado a 100 mil quilômetros de Vênus em meados de maio.

A exploração de Vênus pelos Estados Unidos também começou mal, com a perda da sonda Mariner 1 no lançamento. A missão subsequente Mariner 2 obteve maior sucesso e, depois de uma órbita de transferência de 109 dias, em 14 de dezembro de 1962 ela se tornou a primeira missão interplanetária com sucesso, passando a 34833 km da superfície de Vênus. Os seus radiômetros de micro-ondas e infravermelho revelaram que, enquanto o topo das nuvens venusianas era frio, a superfície era extremamente quente – pelo menos 425 °C, finalmente descartando quaisquer esperanças de que o planeta poderia abrigar vida na superfície. A Mariner 2 também melhorou as estimativas da massa e da Unidade Astronômica, mas não foi capaz de detectar um campo magnético ou cinturão de radiação.


Vênus com nuvens:



Vênus sem nuvens:



Terra:

Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os humanos. A Terra é o único corpo celeste onde é conhecida a existência de vida. O planeta formou-se há 4,54 bilhões (mil milhões) de anos e a vida surgiu na sua superfície um bilhão de anos depois. 
A Terra interage com outros objetos no espaço, em particular com o Sol e a Lua. No presente, a Terra orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que equivale a 365,26 dias solares ou um ano sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4 graus, produzindo variações sazonais na superfície do planeta com período igual a um ano tropical. A Lua é o único satélite natural conhecido da Terra, é responsável pelas marés, estabiliza a inclinação da Terra e abranda gradualmente a rotação do planeta.



Lua:

Lua é o único satélite natural da Terra, situando-se a uma distância de cerca de 384.405 km do nosso planeta.
Segundo a última contagem, mais de 150 luas povoam o sistema solar: Netuno é cercado por 13 delas; Urano por 27; Saturno tem 60; Júpiter é o que tem mais até então e possui 63. A Lua terrestre não é a maior de todo o Sistema Solar - Ganimedes, uma das luas de Júpiter, é a maior
Visto da Terra, o satélite apresenta fases e exibe sempre a mesma face.
É a principal responsável pelos efeitos de maré que ocorrem na Terra, em seguida vem o Sol, com uma participação menor. Pode-se dizer do efeito de maré aqui na Terra como sendo a tendência de os oceanos acompanharem o movimento orbital da Lua, sendo que esse efeito causa um atrito com o fundo dos oceanos, atrasando o movimento de rotação da Terra cerca de 0,002 s por século, e, como consequência, a Lua se afasta de nosso planeta em média 3 cm por ano.


Exploração Espacial na Lua:

No início da década de 1960 o presidente John F. Kennedy colocou como meta para os Estados Unidos o envio de um Homem à Lua antes do fim da década. Este desafio foi concretizado no projeto Apollo. Em 20 de Julho de 1969 Neil Armstrong tornou-se o primeiro Homem a caminhar na Lua

A última missão tripulada norte-americana à Lua foi a Apollo 17, em dezembro de 1972. O veículo de exploração lunar (LRV - Lunar Roving Vehicle), comandado por Eugene A. Cernan, explorou por 33 quilômetros um vale da Lua, o Taurus-Littrow. Os astronautas, Cernan e Harrison H. Schmitt, exploraram a superfície da Lua, enquanto o terceiro membro da equipe, o comandante naval Ronald Ellwin Evans permanecia em órbita. A permanência da tripulação em solo lunar foi de 22 horas.





Marte:

Marte é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas telúricos no sistema solar, situando-se entre a Terra e o cinturão de asteroides. De noite, aparece como uma estrela vermelha, razão por que os antigos romanos lhe deram o nome de Marte, o deus da guerra. Os chineses, coreanos e japoneses chamam-lhe "Estrela de Fogo. Seu ano dura 687 dias terrestres (quase 2 anos terrestres).



Exploração de Marte:

Em plena Guerra Fria, quando as potências da época Estados Unidos e União Soviética se envolveram numa corrida espacial, os soviéticos são os primeiros a tentar enviar sondas espaciais a Marte para descobrir o que se passava no planeta e pode-se dizer que obtiveram um sucesso parcial. Em 1971, eles lançaram as sondas gêmeas Mars 2 e Mars 3, ambas equipadas com módulo de aterrissagem. As duas sondas conseguiram orbitar Marte e fazerem a descida dos módulos, porém o módulo da Mars 2 falhou durante a descida e chocou-se com o planeta em local desconhecido. Já a Mars 3 encontrou uma tempestade de areia que cobriu todo o planeta e o módulo, ao aterrissar com sucesso, conseguiu apenas enviar uma foto da superfície durante 15 segundos antes de falhar, tornando-se o segundo objeto construído pelo homem a tocar o solo marciano. Os soviéticos já haviam lançado outras sondas antes, mas de pouco sucesso.

Os norte-americanos tiveram sucesso com a segunda tentativa através da sonda Mariner 4 que, em 1965, orbita Marte e consegue tirar a primeira fotografia próxima do planeta, juntamente com outras vinte e uma, mas de muito fraca qualidade.
A 20 de Julho de 1976, a sonda norte-americana Viking I pousa com sucesso em Chryse Planitia, uma planície circular na região equatorial norte de Marte, perto de Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície.
 A sonda gêmea, a Viking II pousa a 3 de Setembro do mesmo ano em Utopia Planitia. Estas duas sondas operaram durante anos, até que as suas baterias falharam. Com esta missão, as ideias de uma civilização marciana e de vida primitiva ao nível de musgos foram postas de lado, mas dúvidas quanto a existência de bactérias continuaram a persistir.
A sonda Mars Pathfinder chega a Marte a 4 de Julho de 1997 e pousa em Chryse Planitia, na região de Ares Vallis, libertando um pequeno veículo robô que explorou e investigou diferentes rochas. Em 11 de Setembro do mesmo ano, chega a sonda Mars Global Surveyor, e a sua missão consistiu em fotografar o planeta com uma resolução muito maior que as missões anteriores conseguiriam fazer.

A Agência Espacial Européia (ESA) entra na corrida enviando a sonda orbital Mars Express ao planeta vermelho. Esta chega a Marte no final de 2003, e lança um robô para explorar a superfície, mas o dispositivo não deu sinais de funcionamento após a chegada ao planeta vermelho. Já a sonda orbital tem sido marcada pelo sucesso, especialmente no que toca às descobertas envolvendo a água. De destacar a descoberta, em meados de 2005, do primeiro lago gelado encontrado no planeta.[13]
Outras missões mais recentes bem sucedidas são as dos robôs de exploração "Spirit" (Espírito) e seu irmão gêmeo "Opportunity" (Oportunidade) que exploram Marte desde Janeiro de 2004.
Todas estas missões foram feitas por máquinas e não pelo homem. Várias pessoas já avançaram em defesa das missões tripuladas a Marte como o próximo passo lógico. Por causa da distância entre Marte e a Terra, a missão traria mais riscos e seria mais cara que as viagens à Lua, apesar de muitos acreditarem serem bem mais proveitosas que o envio de robôs. Seriam necessários mantimentos e combustível para uma viagem de ida e volta de 2 a 3 anos. Uma proposta chamada «Mars Direct» é tida como o plano mais prático e menos dispendioso para uma missão a Marte com seres humanos.
A Agência Espacial Européia tem como objetivo o envio de uma missão humana a Marte no ano 2030, como parte do seu Programa Aurora. Já os norte-americanos pretendem voltar à Lua em 2015, abrindo caminho para missões a Marte no futuro.

Curiosidade / Curiosity:

Mars Science Laboratory (MSL) é uma sonda espacial da NASA lançada em 26 de novembro de 2011, que continha em seu interior um veículo explorador batizado como Curiosity (em português, Curiosidade), o qual aterrissou na cratera Gale, em Marte, em 6 de agosto de 2012.
 O Curiosity é um robô semelhante aos veículos Spirit e Opportunity, utilizados na missão espacial Mars Exploration Rover para a exploração do planeta. Os principais objetivos do Curiosity incluem investigar a possibilidade da existência de vida de Marte, estudar o clima e a geologia, e coletar dados para o envio de uma futura missão tripulada a Marte.
O MSL, ou Curiosity, tem o tamanho de um carro, e foi necessário o uso de tecnologia inovadora para o pouso em Marte sem danificar o equipamento.





Imagem da superfície de Marte :



Júpiter:

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, tanto em diâmetro quanto em massa e é o quinto mais próximo do Sol. Possui menos de um milésimo da massa solar, contudo tem 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas em conjunto. É um planeta gasoso junto com Saturno, Urano e Netuno.

Júpiter é observável a olho nu, com uma magnitude aparente máxima de -2,8, sendo no geral o quarto objeto mais brilhante no céu, depois do Sol, da Lua e de Vênus.

Júpiter possui um tênue sistema de anéis, e uma poderosa magnetosfera. Possui pelo menos 64 satélites, dos quais se destacam os quatro descobertos por Galileu Galilei em 1610: Ganímedes, o maior do Sistema Solar, Calisto, Io e Europa, os três primeiros são mais massivos que a Lua sendo que Ganímedes, possui um diâmetro maior que o do planeta Mercúrio.

Em tempos modernos, várias sondas espaciais visitaram Júpiter, todas elas de origem estadunidense. A Pioneer 10 passou por Júpiter em Dezembro de 1973, seguida pela Pioneer 11, cerca de um ano depois. A Voyager 1 passou em Março de 1979, seguida pela Voyager 2 em Julho do mesmo ano.

A sonda espacial Galileu entrou na órbita de Júpiter em 1995, enviando uma sonda através da atmosfera de Júpiter no mesmo ano e conduzindo múltiplas aproximações com os satélites galileanos até 2003. A sonda Galileu também presenciou o impacto do cometa Shoemaker-Levy 9 em Júpiter em 1994, possibilitando a observação direta deste evento. Outras missões incluem a sonda espacial Ulysses, Cassini-Huygens, e New Horizons, que utilizaram o planeta para aumentar sua velocidade e ajustar a sua direção aos seus respectivos objetivos. Um futuro alvo de exploração é Europa, satélite que potencialmente possui um oceano líquido.



Comparação de tamanho.
Terra e Júpiter:



Foto de Calisto:


Foto de Io:


Foto de Europa:



Saturno:

Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, com uma órbita localizada entre as órbitas de Júpiter e Urano. É o segundo maior planeta, após Júpiter, sendo um dos planetas gasosos do Sistema Solar, porém o de menor densidade, tanto que se existisse um oceano grande o bastante, Saturno flutuaria nele. Seu aspecto mais característico é seu brilhante sistema de anéis, o único visível da Terra.
A atmosfera externa tem uma aparência suave, embora a velocidade do vento em Saturno possa chegar a 1.800 km/h, significativamente tão rápido como os de Júpiter, mas não tão rápidos como os de Netuno. Saturno tem um campo magnético planetário intermediário entre as forças da Terra e o poderoso campo ao redor de Júpiter.
Antes da invenção do telescópio, Saturno era o mais distante dos planetas conhecidos. A olho nu não parecia ser luminoso. O primeiro ao observar seus anéis foi Galileu em 1610, porém devido à baixa inclinação de seus anéis e à baixa resolução de seu telescópio lhe fizeram pensar a princípio que se tratava de grandes luas.

Tem um número elevado de satélites, 61 descobertos até então, e está cercado por um complexo de anéis concêntricos, composto por dezenas de anéis individuais separados por intervalos, estando o mais exterior destes situado a 138 000 km do centro do planeta geralmente compostos por restos de meteoros e cristais de gelo. Alguns deles têm o tamanho de uma casa.
Três naves espaciais norte-americanas ampliaram enormemente o conhecimento do sistema de Saturno: a sonda Pionner 11, a Voyager 1 e a 2, que sobrevoaram o planeta em setembro 1979, novembro de 1980 e em agosto de 1981, respectivamente. Estas naves espaciais levaram câmeras e instrumentos para analisar as intensidades e as polarizações das radiações nas regiões visíveis, ultravioletas, infravermelhas e do spectrum eletromagnético. Foram equipados também com instrumentos para o estudo dos campos magnéticos e para a detecção de partículas carregadas e grãos da poeira interplanetária.

Em outubro de 1997 foi lançada a sonda espacial Cassini, com destino a Saturno, que incluiu também a sonda Huygens para explorar Titã, uma das luas do planeta. Sendo um projeto de grande interesse da NASA em colaboração com a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Italiana. Após uma viagem de quase sete anos, está previsto que a Cassini recolha dados em Saturno e em seus satélites durante quatro anos. Em outubro de 2002 a sonda obteve sua primeira fotografia do planeta, tomada a uma distância de 285 milhões quilômetros, na qual aparece também Titã. Em junho de 2004 a Cassini voou sobre Febe, outro satélite de Saturno (o mais afastado), obtendo imagens espetaculares de sua superfície, repleta de crateras. Em julho do mesmo ano, a sonda entrou na órbita de Saturno. Em janeiro de 2005 a sonda Huygens cruzou a atmosfera de Titã e alcançou sua superfície, enviando dados para terra e imagens do interessante satélite.




Comparação de tamanho:
Saturno e Terra.

  
Urano:

Urano é o sétimo planeta a partir do Sol, o terceiro maior e o quarto mais massivo dos oito planetas do Sistema Solar. Foi nomeado em homenagem ao deus grego do céu, Urano, o pai de Cronos (Saturno) e o avô de Zeus (Júpiter). Embora seja visível a olho nu em boas condições de visualização, não foi reconhecido pelos astrônomos antigos como um planeta devido a seu pequeno brilho e lenta órbita.
William Herschel anunciou sua descoberta em 13 de maio de 1781, expandindo as fronteiras do Sistema Solar pela primeira vez na história moderna. Urano foi também o primeiro planeta descoberto por meio de um telescópio.
Urano tem uma composição similar à de Netuno, e ambos possuem uma composição química diferente dos maiores gigantes gasosos,Júpiter e Saturno. Como tal, os astrônomos algumas vezes os colocam em uma categoria separada, os "gigantes de gelo".
Urano completa uma volta ao redor do Sol a cada aproximadamente 84 anos terrestres. Sua distância média ao Sol é de aproximadamente 3 bilhões de quilômetros

Em novembro de 1985, a sonda interplanetária Voyager 2 iniciou o sobrevoo do planeta atingindo a distância mais próxima em 24 de janeiro de 1986, chegando a 81 500 km do planeta, antes de continuar sua jornada para Netuno. A sonda estudou a estrutura e composição química da atmosfera uraniana incluindo o clima, os cinco maiores satélites e os nove anéis até então conhecidos.
 A sonda também estudou o campo magnético, sua estrutura irregular e a inclinação que formam uma magnetocauda em forma de saca-rolha por causa de sua orientação. A Voyager 2 também descobriu outros dez satélites e mais dois anéis, nomeados posteriormente como lambda (λ) e Zeta (ζ).
Em agosto de 2004 o Telescópio Espacial Hubble foi utilizado para observação do planeta tendo descoberto mais dois satélites e dois anéis. Observações posteriores feitas por telescópios em solo registraram imagens em infravermelhos de somente um dos anéis recém descobertos. Cientistas sugerem que esta diferença de observação indique uma origem diferente para os dois anéis recém descobertos. O externo, não visualizado pelas observação terrestre em infravermelho, teria sido formado pela colisão de asteroides no satélite Mab enquanto o interno seria composto de partículas menores semelhantes à poeira e com uma coloração vermelha.



Netuno:

Netuno é o oitavo planeta do Sistema Solar, e o último, em ordem de afastamento a partir do Sol, desde a reclassificação de Plutão para a categoria de planeta-anão, em 2006, que era o último dos planetas. É, tal como a Terra, conhecido como o "Planeta Azul", mas não devido à presença de água. Netuno recebeu o nome do deus romano dos mares. É o quarto maior planeta em diâmetro, e o terceiro maior em massa. Neptuno tem 17 vezes a massa da Terra e é ligeiramente mais maciço do que Urano, que tem cerca de 15 vezes a massa da Terra e é menos denso. O seu símbolo astronômico é , uma versão estilizada do tridente do deus Netuno.
Descoberto em 23 de Setembro de 1846, Netuno foi o primeiro planeta encontrado por uma previsão matemática, em vez de uma observação empírica. Inesperadas mudanças na órbita de Urano levaram os astrônomos a deduzir que sua órbita estava sujeita a perturbação gravitacional por um planeta desconhecido. Subsequentemente, Netuno foi encontrado, a um grau da posição prevista. A sua maior lua, Tritão, foi descoberta pouco tempo depois, mas nenhuma das outras 12 luas do planeta foram descobertas antes do século XX. Netuno foi visitado por uma única sonda espacial, Voyager 2, que voou pelo planeta em 25 de Agosto de 1989.
Netuno tem 13 luas conhecidas. 



Fontes:
Wikipedia

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Das moscas da praça pública - Nietzsche


DAS MOSCAS DA PRAÇA PÚBLICA

“Foge, meu amigo, para a tua soledade! Vejo-te aturdido pelo ruído dos grandes homens e crivado pelos ferrões dos pequenos.
Dignamente sabem calar-se contigo os bosques e os penedos. Assemelha-te de novo à tua árvore querida, a árvore de forte ramagem que escuta silenciosa, pendida para o mar.
Onde cessa a soledade principia a praça pública, onde principia a praça pública começa também o ruído dos grandes cômicos e o zumbido das moscas venenosas. No mundo as melhores coisas nada valem sem alguém que as represente; o povo chama a esses representantes grandes homens.
O mundo compreende mal o que é grande, quer dizer, o que cria; mas tem um sentido para todos os representantes e cômicos das grandes coisas.
O mundo gira em torno dos inventores de valores novos; gira invisivelmente; mas em torno do mundo giram o povo e a glória: assim “anda o mundo”.
O cômico tem espírito, mas pouca consciência do espírito. Crê sempre naquilo pelo qual faz crer mais energicamente — crer em si mesmo.
Amanhã tem uma fé nova, e depois de amanhã outra mais nova. Possui sentidos rápidos como o povo, e temperaturas variáveis.
Derribar: chama a isto demonstrar. Enlouquecer: chama a isto convencer. E o sangue é para ele o melhor de todos os argumentos.
Chama mentira e nada a uma verdade que só penetra em ouvidos apurados.
Verdadeiramente só crê em deuses que façam muito ruído no mundo.
A praça pública está cheia de truões ensurdecedores, e o povo vangloria-se dos seus grandes homens. São para eles os senhores do momento.
O momento oprime-o e eles oprimem-te a ti, exigem-te um sim ou um não.
Desgraçado! Queres colocar-te entre um pró e um contra?
Não invejes esses espíritos opressores e absolutos ó! amante da verdade! Nunca a verdade pendeu do braço de um espírito absoluto.
Torna ao teu asilo, longe dessa gente tumultuosa; só na praça pública assediam uma pessoa com o “sim ou não?”.
As fontes profundas têm que esperar muito para saber o que caiu na sua profundidade.
Tudo quanto é grande passa longe da praça pública e da glória. Longe da praça pública e da glória viveram sempre os inventores de valores novos.
Foge, meu amigo, para a soledade; vejo-te aqui aguilhoado por moscas venenosas.
Foge para onde sopre um vento rijo.
Foge para a tua soledade. Viverás próximo demais dos pequenos mesquinhos.Foge da sua vingança invisível! Para ti não mais que vingança.
Não levantes mais o braço contra eles!
São inumeráveis, e o teu destino não é ser enxota-moscas!
São inumeráveis esses pequeninos e mesquinhos; e altivos edifícios se têm visto destruídos por gotas de chuva e ervas ruins.
Não és uma pedra, mas já te fenderam infinitas gotas. Infinitas gotas continuarão a fender-te e a quebrar-te.
Vejo-te cansado das moscas venenosas, vejo-te arranhado e ensangüentado, e o teu orgulho nem uma só vez se quer encolerizar.
Elas desejariam o teu sangue com a maior inocência; as suas almas anêmicas reclamam sangue e picam com a maior inocência.
Mas tu, que és profundo, sentias profundamente até as pequenas feridas, e antes da cura já passeava outra vez pela tua mão o mesmo inseto venenoso.
Pareces-me altivo demais para matar esse glutões; mas repara, não venha a ser destino teu suportar toda a sua venenosa injustiça!
Também zumbem à tua roda com os seus louvores. Importunidades: eis os seus louvores. Querem estar perto da tua pele e do teu sangue.
Adulam-te como um deus ou um diabo! choramingam diante de ti como de um deus ou de um diabo. Que importa?
São aduladores e choramingas, nada mais.
Também sucede fazerem-se amáveis contigo; mas foi sempre essa a astúcia dos covardes. É verdade; os covardes são astutos!
Pensam muito em ti com a alma mesquinha. Suspeitam sempre de ti. Tudo o que dá muito que pensar se torna suspeito.
Castigam-te pelas tuas virtudes todas.
Só te perdoam verdadeiramente os teus erros.
Como és benévolo e justo, dizes: “Não têm culpa da pequenez da sua existência”. Mas a sua alma acanhada pensa: “Toda a grande existência é culpada”.
Mesmo que sejas benévolo com eles, ainda se consideram desprezados por ti e pagam o teu benefício com ações dissimuladas.
O teu mudo orgulho contraria-os sempre, e alvorotam quando acertas em ser bastante modesto para ser vaidoso.
O que reconhecemos num homem infamamos-lhe também nele. Livra-te, portanto, dos pequenos.
Na tua presença sentem-se pequenos, e sua baixeza arde em invisível vingança contra ti.
Não notaste como costumávamos emudecer quando te aproximava deles, e como as forças os abandonavam tal como a fumaça que se extingue?
Sim, meu amigo; és a consciência roedora dos teus próximos, porque não são dignos de ti. Por isso te odeiam e quereriam sugar-te o sangue.
Os teus próximos hão de ser sempre moscas venenosas. E o que é grande em ti deve precisamente torná-los mais venenosos e mais semelhantes às moscas.
Foge, meu amigo, para a tua soledade, para além onde sopre vento rijo e forte. Não é destino teu ser enxota-moscas”.
Assim falava Zaratustra.


F. Nietzsche

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O dragão na minha garagem e outros - Carl Sagan




O Dragão Na Minha Garagem

- Um dragão que cospe fogo pelas ventas vive na minha garagem.
Suponhamos que eu lhe faça seriamente essa afirmação. Com certeza você iria querer verificá-la, ver por si mesmo. São inumeráveis as histórias de dragões no decorrer dos séculos, mas não há evidências reais. Que oportunidade!

- Mostre-me – você diz. Eu o levo até a minha garagem. Você olha para dentro e vê uma escada de mão, latas de tinta vazias, um velho triciclo, mas nada de dragão.

- Onde está o dragão? – você pergunta.

- Oh, está ali – respondo, acenando vagamente. – Esqueci de lhe dizer que é um dragão invisível.

Você propõe espalhar farinha no chão da garagem para tornar visíveis as pegadas do dragão.

- Boa idéia – digo eu –, mas esse dragão flutua no ar.

Então, você quer usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível.

- Boa idéia, mas o fogo invisível é também desprovido de calor.

Você quer borrifar o dragão com tinta para torná-lo visível.

- Boa idéia, só que é um dragão incorpóreo e a tinta não vai aderir.

E assim por diante. Eu me oponho a todo teste físico que você propõe com uma explicação especial de por que não vai funcionar.

Qual a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo, flutuante, que cospe fogo atérmico, e um dragão inexistente? Se não há como refutar a minha afirmação, se nenhum experimento concebível vale contra ela, o que significa dizer que o meu dragão existe? A sua incapacidade de invalidar a minha hipótese não é absolutamente a mesma coisa que provar a veracidade dela. Alegações que não podem ser testadas, afirmações imunes a refutações não possuem caráter verídico, seja qual for o valor que possam ter por nos inspirar ou estimular nosso sentimento de admiração. O que eu estou pedindo a você é tão somente que, em face da ausência de evidências, acredite na minha palavra. 

Carl Sagan







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