quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

SciFi, Inteligências superiores retardadas e nanorrobôs autorreplicadores do apocalipse cinza




Durante o feriado de carnaval, tive a oportunidade de fazer uma mini-maratona de filmes de ficção científica, cuja temática exclusivamente tratava de contatos nada pacíficos com civilizações extraterrestres. Assisti três filmes, sendo eles: “Sinais”(Signs, 2002); “Guerra dos Mundos” (War of the Worlds, 2005) e “O Dia em que a Terra parou” (The Day the Earth Stood Still, 2008), e devo admitir certo descontentamento com os autores, nos dois primeiros.


***SPOILERS ABAIXO***







SINAIS

Sinais é um filme interessante, sob alguns aspectos. A narrativa nos coloca entre uma família pequena, residente em uma área rural de uma cidade pacata e afastada no interior dos EUA, durante uma invasão do planeta realizada por extraterrestres. A descoberta de novas informações pelos personagens, feitas em primeira mão (como no caso de avistamentos diretos, como na plantação – Olha o Spoiler! :D) e através da mídia é outro ponto bem trabalhado. 

Sou fã do trabalho de Mel Gibson. Acho que entre as principais qualidades de um ator está sua capacidade de transmitir as emoções do personagem para o expectador, de modo que este as compartilhe, equiparando-se com a empatia. E em todos os filmes que vi de Gibson como ator, compartilho das emoções de seus personagens. Principalmente nos momentos de ira e decepção de William Wallace, em Coração Valente, a dor da perda de seu filho e posterior explosão de fúria de Benjamin Martin, em O Patriota, ou Porter, de O Troco. 

Não é diferente neste filme, interpretando o papel do pai/viúvo/ex-pastor Graham Hess, que tenta conciliar a recente perda de sua esposa, a criação de dois filhos pequenos, o perdão do homem que destruiu sua família e fé (interpretado pelo produtor e diretor do filme, M. Night Shyamalan) com todo o clima apocalíptico que se aproxima. 

A parte tosca diz respeito aos “sinais” vistos pelo protagonista como provas da existência de uma força superior paternal (Que cuida dos humanos, mas quer que os aliens sifu). Antropocêntrico, meio babaca, mas típico de Shyamalan, como em Corpo Fechado. 

Mais detalhes sobre a história, com revelações sobre o enredo (Spoilers): http://pt.wikipedia.org/wiki/Signs





GUERRA DOS MUNDOS (2005)

Guerra dos Mundos é um filme tosco. Não pelo enredo, efeitos especiais, interpretação dos atores, mas pelo desfecho. Quer dizer que os extraterrestres ultra-fodões atravessam o Universo, com planejamento antecipado em milhares de anos, tem tecnologia de escudos defensivos que inutilizam todos os esforços militares humanos, e NÃO checam os riscos biológicos do local da invasão?!?! Dou um desconto porque a estória original é de 1898, escrita por H.G. Wells. Mas nem tanto porque a primeira observação de microorganismos data de 1673 e a introdução do termo Bacterium se deu em 1828. 

Existe um fato interessante sobre o livro. Em 30 de outubro de 1938, a rede de rádio CBS interrompe sua programação para noticiar uma suposta invasão alienígena. Na verdade, nada mais era que um programa semanal, onde a história de A Guerra dos Mundos era dramatizada em forma de programa jornalístico. Entretanto, houve grande pânico devido a um mal-entendido: Cerca de 6 milhões de pessoas sintonizaram no programa, sendo que metade delas sintonizou depois da introdução em que explicava que não passava de uma peça de ficção, calcula a própria CBS. Pelo menos 1,2 milhões de pessoas acreditaram ser um fato real, meio milhão teve certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico, sobrecarregando linhas telefônicas, com aglomerações nas ruas e congestionamentos causados por ouvintes tentando fugir do perigo. O caos paralisou três cidades. O programa foi um sucesso de audiência, fazendo a CBS bater a emissora concorrente NBC. 

Maiores informações em: 









O DIA EM QUE A TERRA PAROU (2008)


O Dia em que a Terra parou é o melhor dos três. Refilmagem de um clássico homônimo de 1951, conta a estória de Klaatu, um extraterrestre que chega à Terra como embaixador/mensageiro de todas as civilizações da galáxia, para analisar a natureza humana e o risco que a humanidade pode trazer para o planeta e talvez para as demais civilizações. Motivo para tanto é que a Terra seria um dos poucos planetas da galáxia capazes de suportar grande variedade de espécies, sendo, portanto, raríssimo do ponto de vista biológico. A merda é que assim que o alienígena desce de sua esfera, envolto por um “casulo” de tecido embriológico, leva um tiro e tem que tratar do assunto com UMA representante do governo americano enquanto se recupera dos ferimentos. Diante da recepção “amigável”, forma sua convicção da natureza humana irreparável e destrutiva e inicia o processo de extermínio da espécie, após a coleta de exemplares biológicos da Terra. O extermínio utiliza como meio nanorrobôs autorreplicantes, conceito que já foi examinado por Freeman Dyson e John Von Neumann na década de 50. Interessante que o risco ocasionado pelos robôs será virtualmente e teoricamente possível, de manufatura humana, ao invés de alienígena, em algumas décadas. 

Por fim, o ET vê na humanidade uma fagulha de esperança e se sacrifica para salvar o mundo da destruição certa. 

Maiores informações em: 





Para os amantes de ficção, recomendo ambos os filmes, com ressalvas para o final cretino de Guerra dos Mundos. :D 



Obrigado pela leitura, e um abraço! 




REFERÊNCIAS 
















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