quarta-feira, 18 de junho de 2014

As razões do meu ateísmo



AS RAZÕES DO MEU ATEÍSMO.

Apesar de ser um tema esgotado, resolvi enumerar e descrever as razões pelas quais não creio em deuses, e registrar essas aqui, no Blog. Aí vão elas (algumas/principais):

CONSIDERAÇÕES SOBRE A CRENÇA EM DEUSES.

1- A existência do conflito entre antropocentrismo (criação que visa o homem) e tamanho e números do Universo. Participações especiais do Hubble Ultra Deep Field, Pale Blue Dot e recente insight da realidade e nossa participação nesta.

2- Todo mito de criação é inconsistente com o que descobrimos, utilizando o método científico para explorar o mundo natural. As datas e acontecimentos são bem díspares, e se o mito provavelmente é inexistente, o mesmo poderia ser aplicado a Deus.

3- Estruturas da natureza e da vida são inconsistentes com supostas características divinas (Bondade e perfeição infinitas, p.ex.). A evolução praticamente baseia-se no erro de cópia, na mutação, e por tal “erros” milhões nascem com “defeitos” que vão aumentar grandemente seu sofrimento. Isso não parece perfeito, nem bom. Outra característica da natureza que parece inconsistente com as divinas é a competição. A competição e consequentes, morte e sofrimento, fazem parte da estrutura natural supostamente criada por um ser perfeito e bondoso. Não tem lógica, não seguem.


4- Bíblia. Problemas com ela: contradições, foco em um grupo específico humano (Os judeus, o povo de Deus), privilegiado ante os demais (que são filhos de Tal, também). Sem contar proibições e rituais absurdos e inúteis condizentes com uma tribo da idade do bronze e não com a palavra inspirada do criador do Universo, onipotente, onisciente e onipresente.
5- Milagres (violações das leis naturais) muito provavelmente não ocorrem. A maioria dos tais, atuais, são fenômenos ainda não explicados pela ciência e possíveis – cura de doenças, fraude, p.ex.-, mas alguns naturalmente impossíveis, como regeneração de membros, nunca ocorreram, nem ocorrem. Onde está o Deus do impossível - que cura todos os males – para os que perderam membros? Será que estes são menos merecedores de milagres. Outro ponto interessante de se levantar é o uso de hospitais (os melhores, lembremos) pelos líderes de igrejas evangélicas (Waldomiro Santiago, p.ex.) que curam todos os tipos de males. Ora... se estes oferecem curas de todos os males através da fé, para os fiéis, por que não utilizam dessa para sua própria cura?

6- O Problema da causa primária é verdadeiro (tem sentido). DEVE existir algo que não foi causado, é pré-existente, para não cairmos no regresso infinito de causa. Mas essa causa pode ser o próprio Universo ou Multiverso, não há evidências que a causa necessita ser atemporal, imaterial e pessoal, como defende William Craig e o Argumento Cosmológico Kalam. Muito menos que esta, se fosse consistente, seria o Deus Cristão e não qualquer outro.

7- Existência de mais de 5.000 deuses pelo globo, variando regionalmente. Parece ser da natureza humana ver a estrutura natural como funcional (tal coisa serve pra tal), até mesmo pode ser resultado da evolução, e isso explica a existência das realidades construídas subjetivas e divindades. (Deus um delírio, Dawkins)

8- O instinto da crença, presente majoritariamente nas crianças, e provável resultado da seleção natural, persiste nos adultos. (Deus um delírio, Dawkins).

CONSIDERAÇÕES SOBRE RELIGIÕES

1- Individualmente e coletivamente, religiões são saudáveis por reforças laços sociais, consolo para ocorrências naturais incontroláveis, incentivo ao indivíduo, olhar de mãe e aceitação perante o mundo (O olhar das santas, p.ex. Ótima explicação presente em “Religião para ateus”, de Alain de Botton.). Provavelmente a religião é parte importante da revolução cognitiva de 70.000 a.C., passo que possibilitou aos Homo Sapiens sobressaírem-se antes às demais espécies de hominídeos que não contavam com a mesma característica (Construção de realidades subjetivas), como Neandertais e Ergastos. Pode-se falar que atualmente da não necessidade religiosa nas comunidades humanas, coisa que é bastante discutível.

2- Não existe certeza e possibilidade de prova (provavelmente) sobre Deus, considerando algumas características como imaterialidade. Assim, não há como a ciência investigar, considerando que este método é estritamente MATERIAL E NATURAL. Resta o agnosticismo como única posição filosófica lógica. O ateísmo gnóstico é crença idêntica ao teísmo gnóstico.

LIBERDADE DE CRENÇA

1- Liberdade de crença é mais bem respeitada isolando os elementos religiosos dos institutos estatais. Exemplo prático são as cruzes em tribunais, que apesar de representar a MAIORIA da crença da população, não representam TODAS. Ninguém desta maioria gostaria de ver um pentagrama (Wicca, Satânico) no lugar da cruz, o que faz desta comparação um exemplo perfeito do porquê não inserir símbolos religiosos em repartições públicas.

2- Liberdade de crença não deve confundir-se com liberdade de pregar intolerância, preconceito, discurso de ódio, nem estas devem ser toleradas pelo Estado, sob risco de rompimento do tecido social.

outras

- Confundem-se muito as teorias diversas, como T.S. Evolução, a Biopoese (Origem da vida) e Big Bang (desenvolvimento do universo, só, não o surgimento) e qualquer dúvida do interlocutor quanto a estas reflete no total descrédito de TODAS, desconsiderando ampla carga de evidências já coletadas. Sem contar a falha de achar que existe erro na teoria, e em vez de descartar só aquela teoria ou admitir que esta precisa ser modificada, aceitar o criacionismo como resposta imediata satisfatória. A velha Falácia do Deus das lacunas. 


E é isso. Considerações, refutações e questionamentos são bem-vindos para enriquecer os pontos. Abraço!

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